sábado, 2 de junho de 2007

BANHO DE FUMAÇA

(FÁBIO ALLEX)

Você demonstrou e eu senti. O que me falou, acreditei.
Valeu o meu verso? O que vi foi o inverso do que antes pareceu.
Tanto sentimento, do nada foi embora. O que faço com o meu agora?
Por favor! Ensina-me a jogar fora ou explique-me, pois de nada sei!

Eu, em sangue acorrentado. Pelo espinho, perfurado.
Florido jardim despetalado. Um grito em silêncio, sufocado.

Entretenimento?! Um beijo bom, aperto de mão por um amor.
Apesar da negação, no sorrateiro passado via presente no futuro.
Saio de vilão: pelo desabafo, pela dor do pranto, por não ser mudo.
Não me despeço, mas vejo um tchau sem acenar ao acordar sem adormecer.

Eu, em migalhas transformado. Perdi um jogo sem ter jogado.
O céu que vejo agora é nublado. O tempo atroz, estagnado.

(12-04-2005)

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