sábado, 2 de junho de 2007

ISCA

(FÁBIO ALLEX)

Quanto àquela canção, de nada adiantou, só um apreço pelo seu obrigado.
Eu perdi a rotação, o vento interceptou o arremesso do que foi computado.

Sou todos os meus passos, assumo o que faço.
Sou meu, e nem disfarço; sou o pescoço do seu laço.

Fui posto à leilão, a fé me reportou, enriqueço com o que me foi amputado.
Talvez, tudo invenção, o olhar se debruçou. Lhe forneço, meu corpo embriagado.

Sou a dor do seu cansaço, me resumo em compassos.
Sou nosso, quando em pedaços; sou o esboço dos seus traços.

Sou o derreter do aço, só consumo o meu espaço. Sou seu, quando quero abraço.
Sou a isca do que caço, sou o esforço do seu cangaço.

(03-01-2007)

Nenhum comentário:

Postar um comentário