(FÁBIO ALLEX)
Se sou carnaval, tu és meu samba-enredo;
Se sou brinquedo, tu és minha criança;
Se sou esperança, tu és minha possibilidade;
Se sou vaidade, tu és meu espelho;
Se sou conselho, tu és minha experiência;
Se sou ciência, tu és minha metodologia;
Se sou orgia, tu és minha disciplina;
Se sou neblina, tu és minha calma;
Se sou alma, tu és meu interior;
Se sou ator, tu és minha personagem;
Se sou viagem, tu és meu transporte;
Se sou sorte, tu és meu acaso;
Se sou passos, tu és meu destino;
Se sou tino, tu és minha atenção;
Se sou cristão, tu és minha igreja;
Se sou leveza, tu és minha gravidade;
Se sou a saudade, tu és fim dela;
Se sou guerra, tu és meu cessar-fogo;
Se sou pouco, é por que tu estás longe;
Se sou monge, tu és meu mosteiro;
Se sou primeiro, tu és minha vitória;
Se sou glória, tu és meu renome;
Se sou fome, tu és meu banquete;
Se sou sede, tu és meu riacho;
Se sou baixo, tu és meu falsete;
Se sou lembrete, tu és minha memória;
Se sou História, tu és meu passado;
Se sou viciado, tu és meu vício;
Se sou início, tu és meu complemento;
Se sou momento, tu és minha paixão;
Se sou solidão, tu és tu apenas;
Se sou Atenas, tu és minha Grécia;
Se sou controvérsia, tu és meu assunto;
Se sou culto, tu és meu instruir;
Se sou porvir, tu és meu além;
Se sou refém, tu és meu resgate;
Se sou desgaste, tu és meu reabastecer;
Se sou você, tu és meu eu;
Se sou breu, tu és minha hulha;
Se sou unha, tu és meu dedo;
Se sou cedo, tu és minha hora certa;
Se sou seta, tu és meu alvo;
Se sou salvo, tu és minha liberdade;
Se sou combate, tu és meu bombardeio;
Se sou anseio, tu és meu motivo;
Se sou altivo, tu és altar;
Se sou mar, tu és minha enchente;
Se sou demente, tu és minha loucura;
Se sou água pura, tu és minha fonte;
Se sou ponte, tu és as duas margens;
Se sou mensagem, tu és meu verbo raro;
Se sou claro, tu és minha vela acesa;
Se tu és minha princesa, meu coração é teu castelo.
(15-09-2003)
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