sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

NÃO PROMETO UM SONETO

(FÁBIO ALLEX)

Aonde tu fores, mudos serão cantores... As flores que te cheiram.
Tua beleza traz-me paz, massageia meu corpo e colore minha alma.
Perfil de santa que encanta, planta amores onde árvores andam.
Contigo, nem todas as guerras tirariam de mim, a leveza e a calma.

Todos os tinos e sinos unânimes, ovacionando a natureza.
Para onde vais, na tua bagagem irá meu pensamento.
Desejos, um ensejo, tuas mãos, nosso canto, minha certeza.
Não prometo um soneto, mas saudade na ida; na vinda, contentamento.

Minhas mãos em teu rosto, deslizam com gosto como a fome em vasto almoço.
Que não tarde o meu esperar! Uma não-vinda causaria alvoroço.
Tragas lume para o escuro da esquina, para os meus lábios, beijos cálidos!

Seja para mim, o teu despires: madrugada, cheiro de chuva e manto.
Os ventos dos teus sorrisos haverão de secar a poça do meu pranto.
Dar-te-ei afagos, segredos, proteção. Serei teu anjo. Que meus gestos sejam válidos!

(17-01-2003)

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