sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

PRISIONEIRO DO MEDO

(FÁBIO ALLEX)

Eu fecho os olhos, e ele aparece.
O que foi claro, agora escurece.

Eu ‘tou ligado nesse sobe e desce.
Vê se me deixa em paz!

Eu fecho os olhos, e ele aparece.
Eu já orei, já fiz uma prece.

Eu já falei: vê se me esquece!
Vê se me deixa em paz!

Eu abro os olhos, e na minha frente está.
Eu já não sei mais para onde olhar.

Nessa correnteza, nesse alto mar,
Estou prestes por me afogar.


Mudo de lugar, mudo de cidade.
Mas, ele está por toda parte.

Só indo a Júpiter ou a Marte.
Vai ver nem iria adiantar.

Está presente em todo passo que eu dou.
Eu já não sei mais para onde vou.

Eu já não sei, sequer quem sou.
Talvez, um corpo fugindo de si.

(24-10-1998)

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