(FÁBIO ALLEX)
Eu que já sou tarde de esperar, eu que tantas cousas deixei p’ra lá.
Eu que tantos voltei sem sair de cá, eu que não me canso de parar.
Eu que pouco falo p’ra pensar, eu que muito penso p’ra falar.
Eu que já não sei por onde andar, eu que já não saio do lugar.
Meus versos que tantos meus, deixaram de ser meus.
Meus versos que tantas prosas, sempre aqui, estão porvir.
Eu que jocoso de tristeza, eu que robusto de fraqueza.
Eu que sujo de pureza, eu que pobre de nobreza.
Eu que púgil, titubeei. A música parou e eu dancei.
Eu que páginas em branco, tantas histórias p’ra contar.
Eu que errôneo de ser verdadeiro,
Eu que heterônimo de dar a cara a tapas.
Meus versos que tantos meus, deixaram de ser meus.
Meus versos que tantas prosas, sempre aqui, estão porvir.
Estou aqui só por você, sei que vou me arrepender.
Mas, eu sigo meu instinto e falo sempre o que sinto.
Eu queria lhe dizer tudo que penso de você,
Mas você não me deu atenção.
Nossos caminhos cruzaram-se em vão.
Talvez, na sua memória, ainda reste uma lembrança,
Daqueles versos que um dia foram meus.
Eu que já sou tarde de esperar.
(23-06-1999)
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