domingo, 22 de abril de 2007

NENHUMA PALAVRA

(FÁBIO ALLEX)

Estou indo embora, e vou sem olhar p’ra trás. Levando comigo, as boas lembranças.
Dos erros, jamais esqueço. Somos um processo de evolução.
Não me arrependo de nada, não vou proferir nenhuma palavra.
Tudo até aqui fala por si só. Quiçá, um dia volte. Vai ver, nunca fui.
Corpos dispersos, mas os pensamentos: único.
A palavra que eu quis negar fez-se presente, fez-se lar; deixou a porta aberta,
Pós tapete vermelho esperando que pudesses entrar.
Porém, se uma parte de ti quer ficar e a outra necessita ir:
A necessidade é implacável; o desvencilhamento, inevitável.
A minha mão, jamais te negarei. Ela é tua. Mas estou indo embora.
Em paz, tranqüilo, com o sentimento de dever cumprido.

(13-07-2005)

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