domingo, 22 de abril de 2007

O NEXO URGE

(FÁBIO ALLEX)

Eu perco os passos, não acho o chão, não meço o tempo.
Saio de cena, mexo na antena, fico sem ar.
O vento leva, relevo o dia e vou dormir.
Aconteceu, não agradeceram, foi esquecido.
Um disparo, olhos miram, a mão arrisca.
Esparziu, tantas estrelas, procela à noite.
Palavras erradas, cola nos sapatos, o nexo urge.
Medalha no peito, cabeça a prêmio, licitação.
Desconversa, telefone ocupado, sentido obrigatório.
Um corpo gemendo, tantas vozes, um orfeu.
Tantas pessoas, o mundo é mundo, é trivial.
É abstrato, compreendido, tudo em vão.
Vários desejos, um ensejo, cegueira à vista.
A porta abre, um labirinto, o Sol esconde-se.
A tez cansada, agro sorriso, singra no mar.
Sangra ao voar.

(19-04-1999)

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