sábado, 2 de junho de 2007

FRAGRÂNCIAS

(FÁBIO ALLEX)

Não importa o fato de eu não mais presenciar as flores.
Sequer tem relevância não sentir mais as suas fragrâncias.
O que me interessa é lembrar dos odores que essas flores são capazes de proporcionar.
Para trás deixo amores, não guardo rancores.
Na minha tela escolho as cores com as quais vou pintar.
Reconheço os divisores, mas tenho outros valores.
E só os meus sensores é que podem me guiar.
Na minha boca, os sabores que agradam o meu degustar.
Na minha crença, os louvores a quem necessito ofertar.
O importante é discernir seus aromas e, se conveniente for, tê-los impregnados em mim.
E apenas no meu existencial, a dimensão de tudo que me vale.
E nem um grito ou silêncio impedirá que a minha voz se cale.

...Na memória, o perfume das flores do meu jardim...

(23-04-2007)

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