domingo, 3 de fevereiro de 2008

DILEMA

(FÁBIO ALLEX)

A última cartada, cartas, cartões postais.
Abaixo da crista, cristãos, cristais.
Cortes, cicatrizes, seqüelas.
Preto no branco, chuvas, aquarelas.
Uma escuridão, subterfúgio, lanterna.
No apartamento, um rosto-espião, da janela.
Atleta aposentado, poeta descomungado.
Maldito infernizando, meretriz agonizando.
Fé, fóssil, fósforo, fovismo, fatídico, fertilizado.
Ventre, vitrola, ventríloquo, virose, viola, violado.
Sangue que escorre do pus das entranhas.
Casa impregnada de visitas estranhas.
Uma cidade, um refúgio, uma timidez.
Descontrole, terremoto, solidez.
Porta-novas-aviões, porto que o parta, parto, aborto.
Abismo, abismado, absurdo, abstrato, abraço, absorto.
Um corpo ébrio num mar de ressaca.
Escassez de riso, arsenal de piadas.
Um canto, um conto, um soluço, nenhuma solução.
Enquanto isso...
Um dilema no esquema, queima uma opinião.

(11-04-2007)

Nenhum comentário:

Postar um comentário