domingo, 3 de fevereiro de 2008

SOBRE A PREVISÃO

(FÁBIO ALLEX)

Não lhe culpo de nada, nem por qualquer pressuposto.
Mesmo que fique o rosto, este ano acaba antes de agosto.

Não acredito que eu vá entender a sua decisão.
É, eu tinha razão: às vezes, o prazo antecede a previsão.

Ora, riacho.
Por hora, Rio Grande.
Outrora, Porto Alegre.
Agora, cais triste.

As palavras falham, eu sei, e eu fiquei perdido.
O medo é labirinto. Nos protegemos até do que não foi dito.

"Que seja doce" - diria Caio Fernando Abreu.
Digo: sou seu, em qualquer lugar, no Sul, no infinito.

Ignora o riacho.
Vou embora p'ro Rio Grande!
Outrora, Porto Alegre.
Agora, cais triste.

Não sei se anoiteço, não sei se apareço.
Não sei se envelheço ou viro do avesso

Não sei se mereço, não sei se padeço.
Não sei se lhe esqueço ou volto p'ro começo.

A minha dor de dente até passou, quando vi você.

(21-07-2007)

Nenhum comentário:

Postar um comentário