domingo, 3 de fevereiro de 2008

MELADO JANEIRO

(FÁBIO ALLEX/POKÉMON)

Às vezes sinto o quanto um bem quer. Disfarça, o mito diz que não.
Comparo o lobo à mulher: desmesurado, insano de paixão.
Sufoco o grito que está em meu peito. Cala a boca, coração!
Falta de jeito, passo colorido. Teu corpo modulado por minhas mãos.

O que ficou p'ra trás, já não existe.
O gosto do beijo amargo, sempre persiste.
Passear na selva como o meu bem quer.
Debaixo da chuva, sou teu sexo, minha mulher.

Às vezes vingo-me o quanto puder. Imploro pelo infinito com devoção
Amparo-me como um tolo do que vier, sob fragmentos de ilusão.
Enfoco o atrito que está em meu leito. Onde me vejo tem perdão
Salta ao sujeito, o fracasso florido, e fica tatuado na canção.

O que sobrou, não satisfaz. Apenas agride.
O rosto, do desejo é dissociado, mas não se divide.
Passear na selva como o meu bem quer.
Debaixo da chuva, invocando toda fé.

(01-09-2005)

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