sábado, 5 de julho de 2008

LIVRO ABERTO

(FÁBIO ALLEX/DANIEL BRITO)

A leitura faz-me evoluir, transcender no tempo. Nesse momento, passo a viver histórias que jamais ousei.
Letras e palavras e frases e orações e períodos remetem-me ao contexto do qual já estou imensuravelmente inserido, do qual fui convencido, embriagado por metáforas e sinestesias, a não me desvencilhar.
Meus olhos sedentos, minha alma aflita, minhas mãos atiçadas p’ra mudar a próxima página e desvendar o que está porvir.
Na calada da noite, sozinho no meu quarto, a penumbra proporcionada pela janela aberta e pelas velas acesas, é suficiente p’ra iluminar o livro que me faz duvidar da solidão. A reflexão toma conta de mim, guia-me a cada vírgula, a cada parágrafo. A imaginação abraça-me forte como dois corpos que se encontram impregnados de saudade.
As personagens fazem-me companhia, o autor é meu amigo-psicólogo. Ele me entende, diz coisas que preciso ouvir e sentir, e, por vezes, encontro-me adentrando no romance. Ajuda-me no conhecimento de novos mundos, a entendê-lo melhor, a compreender meu próprio ser.
Prosas distraem-se; o fel, do fim, desiste. Tudo que era receio, assiste e faz clarear o dia a dia.
Portas abrem-se, o céu não é o limite. Tudo que era feio ou triste, vejo transformar-se em poesia.
Para alguns, lar; para outros, leito; para vários, liberdade. Independente da visão e do objetivo de cada um, todos ocupam lugares estratégicos para que seu bem maior, o livro, jamais seja fechado.

(30-03-2008)

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