terça-feira, 23 de setembro de 2008

5INCO VIDAS

(FÁBIO ALLEX)

Nunca se sabe o que vem, falei p’ro seu bem, mas você ignorou.
Em meio a um ímpeto só, disse que seria melhor, ir com a cara e a coragem.
É cada um de um jeito, e do seu é p’ra quem tem peito.
Roendo as unhas e aguardando arranhões.
Contou-me histórias, revirou reviravoltas, sob erros sem perdão.

Atrasou o seu relógio, suas roupas estão do lado avesso.
O que você quer, eu não posso. Não me tente, eu me conheço.
Cinco vidas p’ra matar, só dois tiros p’ra usar. Nesse jogo só de azar,
Não sou eu quem vou ganhar.
Vou me perder, vou me achar, achar você, nos encontrar (reencontrar).

Uma voz nas entrelinhas deu um fim ao que não existia, proclamando outra razão.
Entre mudos e calados, entre mortos e drogados, entre perdidos e abandonados.
Com os olhos vendados, os pés soterrados, a espera de alguém que não voltará.
Nos escuros existe luz. O tempo é quem a conduz para os olhos da teimosia.

(27-08-1999)

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