(FÁBIO ALLEX)
Não aconteceu o que eu tanto esperava. Aconteceu o que nem imaginava.
Surpreendi-me. Foi tão estranho.
Não anoiteceu na hora marcada. Tudo esclareceu em hora inadequada.
Chuva forte que veio com sol. Peixes e mares, pescadores sem anzol.
Sinal aberto e o trânsito parou, uma idéia e a luz apagou.
Talvez, eu plante um pão e o peixe volte ao aquário.
Outro fósforo, fé e mãos.
O inverso do contrário.
Tanto sono e eu, não dormi. Sonhos com olheiras pedem-me p’ra vir.
Desconhecidos dentro da minha casa, muitos vôos e nenhuma asa.
Diversos versos e um só universo. Vários: ”Não”, mas ainda te peço.
Tantos nascimentos e nenhum sobrevivente.
Tantas vidas de seus corpos ausentes. Primavera que murchou a estação.
Melodias e acordes silenciaram a canção.
O mundo no liquidificador, uma TV sem áudio e cor.
Talvez, o céu sob o chão e o macaco volte ao galho.
Rosas, pés, visão.
Um verso p’ra um otário.
(03-07-1999)
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