(FÁBIO ALLEX)
Este sou eu, de novo cantando. Este sou eu, sorrindo e chorando,
Atrás da chance que tão bem sabe se esconder.
Este sou eu, firme e forte. Este sou eu, que vive na morte,
Que ressuscita todo fim de mês.
Este sou eu, sem paz e feliz. Este sou eu, fazendo o que quis,
Embora nade contra a correnteza.
Este sou eu, que tão singular. Este sou eu, com sorte e azar,
Que não simula perfeição.
Este sou eu, que não guarda rancor. Este sou eu, que paquera o amor,
Um nobre plebeu, poeta-leigo.
Este sou eu, que tem um cachorro. Este sou eu, que não omite socorro.
Carlos Drummond é quem tem razão.
Este sou eu, das palavras e gestos. Este sou eu, com identidade e chinelos,
Que odeia fumaça de cigarro.
Este sou eu, claro na escuridão. Este sou eu, com uma lâmpada em cada mão,
Sempre com os sentimentos elevados.
Este sou eu, bandido e herói. Este sou eu, que constrói e destrói,
Olhos teimosos, favela-baluarte.
(10-11-1999)
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