terça-feira, 27 de janeiro de 2009

RITMO E SOLFEJO

(FÁBIO ALLEX)

O não-esperado, esperei. Mas, nada saiu como pensei.
Tanta loucura em uma bela pintura. Cultura e água pura nunca são demais.
O que foi pensado, despensei. É que tudo passa e eu cansei.
Uma dose da cura p’ra esta pobre criatura!
Armadura obscura em meu pentagrama, é o que satisfaz.

Se você quiser aprender a conviver com o sim e não,
Peça a minha ajuda e dou-lhe a mão.
Se você quiser mudar a lição, vamos estudar uma solução.
Se você fizer uma canção... Mesma melodia, nova modulação.

O pinga-fogo, pouco fez em dez reinados de mil reis.
Cadê o ato de bravura? Não vai enfrentar a ditadura?
Há de ser dura sem perder a ternura jamais.
O estilo barroco, louco ficou de vez, por jogar damas com regras de xadrez.
Sem partitura é muita aventura!
Só lembro que a ligadura não foi da mesma altura de outros musicais.

Se você quiser aprender a conviver com o sim e o não, tudo vale a pena, nada é em vão.
Se você quiser, uma condição: terá que me encontrar em meio a multidão.
Se você tiver combustão... Há vários, inúmeros caminhos em uma direção.

Qual a nota, não importa; a todo o momento, anacruse e contratempo.
Se perco o compasso, nem disfarço. Vou entoando; acentos mudando.

(06-09-2003)

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