(FÁBIO ALLEX)
Chegou a hora de partir. Sei, tens que ir. Tchau! Até outra estação!
Sei que vais conseguir. Vou esperar por ti. Então: até outra canção!
Se a gaiola fica aberta, o passarinho voa e sempre sabe aonde quer chegar.
Nunca chega atrasado, não há caminho errado. A sua casa é o ar. Além-mar.
Chegou a hora de partir. Agora não dá p’ra sorrir.
Tchau! Levas contigo, o Maranhão.
Sei que vais conseguir. Vou orar por ti. Então: até outra oração!
Vais levar talento e plantar eternidade. O que tiver de ser, será.
Vais levar talento, mas deixarás saudades. Não esqueças de voltar à Ribamar.
Vou aguardar ‘‘Sementes’’ na televisão, os frutos. Tchau, até outro canal!
Suando o rosto, soando o violão... Sempre é recomeço, não há final. Tchau!
Até outra canção!
(13-10-2003)
sábado, 2 de junho de 2007
BANHO DE FUMAÇA
(FÁBIO ALLEX)
Você demonstrou e eu senti. O que me falou, acreditei.
Valeu o meu verso? O que vi foi o inverso do que antes pareceu.
Tanto sentimento, do nada foi embora. O que faço com o meu agora?
Por favor! Ensina-me a jogar fora ou explique-me, pois de nada sei!
Eu, em sangue acorrentado. Pelo espinho, perfurado.
Florido jardim despetalado. Um grito em silêncio, sufocado.
Entretenimento?! Um beijo bom, aperto de mão por um amor.
Apesar da negação, no sorrateiro passado via presente no futuro.
Saio de vilão: pelo desabafo, pela dor do pranto, por não ser mudo.
Não me despeço, mas vejo um tchau sem acenar ao acordar sem adormecer.
Eu, em migalhas transformado. Perdi um jogo sem ter jogado.
O céu que vejo agora é nublado. O tempo atroz, estagnado.
(12-04-2005)
Você demonstrou e eu senti. O que me falou, acreditei.
Valeu o meu verso? O que vi foi o inverso do que antes pareceu.
Tanto sentimento, do nada foi embora. O que faço com o meu agora?
Por favor! Ensina-me a jogar fora ou explique-me, pois de nada sei!
Eu, em sangue acorrentado. Pelo espinho, perfurado.
Florido jardim despetalado. Um grito em silêncio, sufocado.
Entretenimento?! Um beijo bom, aperto de mão por um amor.
Apesar da negação, no sorrateiro passado via presente no futuro.
Saio de vilão: pelo desabafo, pela dor do pranto, por não ser mudo.
Não me despeço, mas vejo um tchau sem acenar ao acordar sem adormecer.
Eu, em migalhas transformado. Perdi um jogo sem ter jogado.
O céu que vejo agora é nublado. O tempo atroz, estagnado.
(12-04-2005)
CEM CONCERTOS SEM CONSERTO
(FÁBIO ALLEX)
Uma conjuntura, uma tontura de acordar.
Passara a limpo a tempo p’ra não mais voltar.
Não sou perfeito, defeitos tenho. Busco melhorar.
Estou no limite, mas o apetite é devorar.
Pela correnteza, vou de remo no extremo mar.
Fiquei aprisionado no que aprisionei, quando:
O arcanjo incumbiu o anjo pra no seu banjo fazer um arranjo, que proferiu:
’’Essa tarefa, eu manjo!’’
Eu-lírico, eu-alvo, salvo pelo tiro. Sobre aquilo não entendi um quilo, mas ‘tou tranqüilo.
Entre pelo ventre, sugue o sangue do mamilo. Idade e vaidade ao lado do vampiro.
Por tantas mãos-longas, sem delongas. Seja bem-ido!
Entre pelo ventre, sugue o sangue do mamilo. Idade e vaidade ao lado do vampiro.
Por tantas mãos-longas, sem delongas. Seja bem-ido!
(05-05-2001)
Uma conjuntura, uma tontura de acordar.
Passara a limpo a tempo p’ra não mais voltar.
Não sou perfeito, defeitos tenho. Busco melhorar.
Estou no limite, mas o apetite é devorar.
Pela correnteza, vou de remo no extremo mar.
Fiquei aprisionado no que aprisionei, quando:
O arcanjo incumbiu o anjo pra no seu banjo fazer um arranjo, que proferiu:
’’Essa tarefa, eu manjo!’’
Eu-lírico, eu-alvo, salvo pelo tiro. Sobre aquilo não entendi um quilo, mas ‘tou tranqüilo.
Entre pelo ventre, sugue o sangue do mamilo. Idade e vaidade ao lado do vampiro.
Por tantas mãos-longas, sem delongas. Seja bem-ido!
Entre pelo ventre, sugue o sangue do mamilo. Idade e vaidade ao lado do vampiro.
Por tantas mãos-longas, sem delongas. Seja bem-ido!
(05-05-2001)
COROLA-DOS-VENTOS
(FÁBIO ALLEX)
No jardim, procuro as flores que plantei, das mesmas flores que te dei.
Naquelas flores, eu sentia o teu perfume. Tempo em tempo, eu volto ao mesmo lugar,
Lugar que tu não mais estás. Volto p’ra tentar te reencontrar.
Tive vontade de partir também, o avião ensinou-me como fazer, mas vi o meu corpo no
Alto, como se outro. Sem paraquedas.
Sumiu do mapa, não tenho mapa, não tenho bússola.
Nem mesmo escala, nem Leste ou Oeste. Só mesmo a intuição.
Cadeiras de rodas e motocicletas. Gravatas, ternos e atletas.
Jardim-tesouro, ouro-estrume.
Quero o encanto mafuás atrás do muro, o puro vento, um grito certo, um sussurro.
E o jardineiro que tão pulha, pungiu-me.
Mesmo que peta, traiçoeiro, despetalado. Um perigo sem cuidado, o céu nublado.
Daquelas flores, nenhuma pétala. Só espinhos. Só espinhos.
Sumiu do mapa, não tenho mapa, não tenho bússola.
Nem mesmo escala, nem Leste ou Oeste. Só mesmo a intuição.
E às vezes não.
(09-11-1999)
No jardim, procuro as flores que plantei, das mesmas flores que te dei.
Naquelas flores, eu sentia o teu perfume. Tempo em tempo, eu volto ao mesmo lugar,
Lugar que tu não mais estás. Volto p’ra tentar te reencontrar.
Tive vontade de partir também, o avião ensinou-me como fazer, mas vi o meu corpo no
Alto, como se outro. Sem paraquedas.
Sumiu do mapa, não tenho mapa, não tenho bússola.
Nem mesmo escala, nem Leste ou Oeste. Só mesmo a intuição.
Cadeiras de rodas e motocicletas. Gravatas, ternos e atletas.
Jardim-tesouro, ouro-estrume.
Quero o encanto mafuás atrás do muro, o puro vento, um grito certo, um sussurro.
E o jardineiro que tão pulha, pungiu-me.
Mesmo que peta, traiçoeiro, despetalado. Um perigo sem cuidado, o céu nublado.
Daquelas flores, nenhuma pétala. Só espinhos. Só espinhos.
Sumiu do mapa, não tenho mapa, não tenho bússola.
Nem mesmo escala, nem Leste ou Oeste. Só mesmo a intuição.
E às vezes não.
(09-11-1999)
DIVIDIDO
(FÁBIO ALLEX)
Quando você longe de mim, sinto-me definhado.
Quando você longe de mim, sinto-me em pedaços.
Quando você longe de mim, sinto-me meio cortado.
Quando você longe de mim, tudo fica nublado.
Quando não estou contigo, carrego uma ansiedade tão grande comigo!
Tudo fica ausente, tudo embaçado, não me sinto o mesmo, estou separado.
Dividido é como me sinto quando longe de você.
Mas quando estou contigo, a felicidade pousa e o tempo voa.
Eu fico mais forte, sinto-me seguro. Volto aos quinze anos, porém mais maduro.
Muito mais puro.
(03-12-1998)
Quando você longe de mim, sinto-me definhado.
Quando você longe de mim, sinto-me em pedaços.
Quando você longe de mim, sinto-me meio cortado.
Quando você longe de mim, tudo fica nublado.
Quando não estou contigo, carrego uma ansiedade tão grande comigo!
Tudo fica ausente, tudo embaçado, não me sinto o mesmo, estou separado.
Dividido é como me sinto quando longe de você.
Mas quando estou contigo, a felicidade pousa e o tempo voa.
Eu fico mais forte, sinto-me seguro. Volto aos quinze anos, porém mais maduro.
Muito mais puro.
(03-12-1998)
FRAGRÂNCIAS
(FÁBIO ALLEX)
Não importa o fato de eu não mais presenciar as flores.
Sequer tem relevância não sentir mais as suas fragrâncias.
O que me interessa é lembrar dos odores que essas flores são capazes de proporcionar.
Para trás deixo amores, não guardo rancores.
Na minha tela escolho as cores com as quais vou pintar.
Reconheço os divisores, mas tenho outros valores.
E só os meus sensores é que podem me guiar.
Na minha boca, os sabores que agradam o meu degustar.
Na minha crença, os louvores a quem necessito ofertar.
O importante é discernir seus aromas e, se conveniente for, tê-los impregnados em mim.
E apenas no meu existencial, a dimensão de tudo que me vale.
E nem um grito ou silêncio impedirá que a minha voz se cale.
...Na memória, o perfume das flores do meu jardim...
(23-04-2007)
Não importa o fato de eu não mais presenciar as flores.
Sequer tem relevância não sentir mais as suas fragrâncias.
O que me interessa é lembrar dos odores que essas flores são capazes de proporcionar.
Para trás deixo amores, não guardo rancores.
Na minha tela escolho as cores com as quais vou pintar.
Reconheço os divisores, mas tenho outros valores.
E só os meus sensores é que podem me guiar.
Na minha boca, os sabores que agradam o meu degustar.
Na minha crença, os louvores a quem necessito ofertar.
O importante é discernir seus aromas e, se conveniente for, tê-los impregnados em mim.
E apenas no meu existencial, a dimensão de tudo que me vale.
E nem um grito ou silêncio impedirá que a minha voz se cale.
...Na memória, o perfume das flores do meu jardim...
(23-04-2007)
INDIAGNOSTICÁVEL
(FÁBIO ALLEX)
Cá a pensar estou, se estou pensando. Infinitivo ou gerúndio p’ra pensar melhor?
Não importa, eu sei. Tudo bem, o que me pedires farei. Irei ao longe até voltar.
Jogar-me-ei no céu, cairei no mar. Não sei voar, vou afogar-me. Mas não importa,
Nunca importou. Já estou morto, sepultado, decomposto aos bichos-terra.
Não existo, só resisto. Meu passado e futuro diluem-se no presente.
Histórias e contos por veias e artérias. Estou tão vivo, tão inocente,
Um tudo-nada, quase-demente. Às vezes lúcido, só p’ra relaxar, relembrar,
Alucinar. (Palavras macabras, verbos inúteis.)
Correndo, voando. Tudo importa, é importante, sempre importou.
A andar, a flutuar. Cinzas e rosas, pedras e pó, nuvens e chão, chuva-suor.
Aquele erro foi a opção mais certa que não pude escolher.
Por tantas vezes meu velório, por tantas vezes, eu nasci. Foi sempre assim.
Outras palavras, ramos de flores, ao encontro do acaso está bom p’ra mim.
Às vezes não, às vezes sim. Não foi bom, não foi ruim...
Por ventura encontrarei. O caminho, eu sei, é por ali.
O caminho, eu sei, é por ali. O caminho, eu sei, é por ali.
O caminho, eu sei, é por ali.
(01-07-2000)
Cá a pensar estou, se estou pensando. Infinitivo ou gerúndio p’ra pensar melhor?
Não importa, eu sei. Tudo bem, o que me pedires farei. Irei ao longe até voltar.
Jogar-me-ei no céu, cairei no mar. Não sei voar, vou afogar-me. Mas não importa,
Nunca importou. Já estou morto, sepultado, decomposto aos bichos-terra.
Não existo, só resisto. Meu passado e futuro diluem-se no presente.
Histórias e contos por veias e artérias. Estou tão vivo, tão inocente,
Um tudo-nada, quase-demente. Às vezes lúcido, só p’ra relaxar, relembrar,
Alucinar. (Palavras macabras, verbos inúteis.)
Correndo, voando. Tudo importa, é importante, sempre importou.
A andar, a flutuar. Cinzas e rosas, pedras e pó, nuvens e chão, chuva-suor.
Aquele erro foi a opção mais certa que não pude escolher.
Por tantas vezes meu velório, por tantas vezes, eu nasci. Foi sempre assim.
Outras palavras, ramos de flores, ao encontro do acaso está bom p’ra mim.
Às vezes não, às vezes sim. Não foi bom, não foi ruim...
Por ventura encontrarei. O caminho, eu sei, é por ali.
O caminho, eu sei, é por ali. O caminho, eu sei, é por ali.
O caminho, eu sei, é por ali.
(01-07-2000)
ISCA
(FÁBIO ALLEX)
Quanto àquela canção, de nada adiantou, só um apreço pelo seu obrigado.
Eu perdi a rotação, o vento interceptou o arremesso do que foi computado.
Sou todos os meus passos, assumo o que faço.
Sou meu, e nem disfarço; sou o pescoço do seu laço.
Fui posto à leilão, a fé me reportou, enriqueço com o que me foi amputado.
Talvez, tudo invenção, o olhar se debruçou. Lhe forneço, meu corpo embriagado.
Sou a dor do seu cansaço, me resumo em compassos.
Sou nosso, quando em pedaços; sou o esboço dos seus traços.
Sou o derreter do aço, só consumo o meu espaço. Sou seu, quando quero abraço.
Sou a isca do que caço, sou o esforço do seu cangaço.
(03-01-2007)
Quanto àquela canção, de nada adiantou, só um apreço pelo seu obrigado.
Eu perdi a rotação, o vento interceptou o arremesso do que foi computado.
Sou todos os meus passos, assumo o que faço.
Sou meu, e nem disfarço; sou o pescoço do seu laço.
Fui posto à leilão, a fé me reportou, enriqueço com o que me foi amputado.
Talvez, tudo invenção, o olhar se debruçou. Lhe forneço, meu corpo embriagado.
Sou a dor do seu cansaço, me resumo em compassos.
Sou nosso, quando em pedaços; sou o esboço dos seus traços.
Sou o derreter do aço, só consumo o meu espaço. Sou seu, quando quero abraço.
Sou a isca do que caço, sou o esforço do seu cangaço.
(03-01-2007)
QUEBRA-LARGADO
(FÁBIO ALLEX)
Há outra atmosfera, mesmos ideais.
Uma paixão eterna que preenche cada vez mais.
Outra cor, quem dera; esta já não satisfaz.
Uma porta da janela, vou correr atrás.
E vai dar pé... Luz aos pés!... O corpo inteiro.
Vai dar pé... Se Deus quiser!... O corpo inteiro.
Vou esperar a vela; ela, o barco; eu, o cais.
Daqui vejo outra terra com menos guerra e mais paz.
Destinos: o passo agora não erra; se tu viveres, verás.
Chega de virga-férrea. Mas, de qualquer jeito, sou alcatraz.
Inevitável dar pé, luz aos pés, ao corpo inteiro.
Vai dar pé... Se Deus quiser!... Ao corpo inteiro!
Tenho fé, dará pé. Vingará os pés. O corpo inteiro.
Dará pé... Se Deus quiser, o amor em primeiro.
De longe, só na paquera, com inveja dos castiçais.
Desenho aguardando aguarela e sons instrumentais.
Quem acusa de cegarrega, também fala demais.
A vida se cancela, a morte em banho de sais.
Mas, antes vai dar pé... Luz nos pés, no corpo inteiro.
Vai dar pé... Se Deus quiser, no corpo inteiro.
...Há uma razão... Maior do que qualquer explicação.
(10-09-2002)
Há outra atmosfera, mesmos ideais.
Uma paixão eterna que preenche cada vez mais.
Outra cor, quem dera; esta já não satisfaz.
Uma porta da janela, vou correr atrás.
E vai dar pé... Luz aos pés!... O corpo inteiro.
Vai dar pé... Se Deus quiser!... O corpo inteiro.
Vou esperar a vela; ela, o barco; eu, o cais.
Daqui vejo outra terra com menos guerra e mais paz.
Destinos: o passo agora não erra; se tu viveres, verás.
Chega de virga-férrea. Mas, de qualquer jeito, sou alcatraz.
Inevitável dar pé, luz aos pés, ao corpo inteiro.
Vai dar pé... Se Deus quiser!... Ao corpo inteiro!
Tenho fé, dará pé. Vingará os pés. O corpo inteiro.
Dará pé... Se Deus quiser, o amor em primeiro.
De longe, só na paquera, com inveja dos castiçais.
Desenho aguardando aguarela e sons instrumentais.
Quem acusa de cegarrega, também fala demais.
A vida se cancela, a morte em banho de sais.
Mas, antes vai dar pé... Luz nos pés, no corpo inteiro.
Vai dar pé... Se Deus quiser, no corpo inteiro.
...Há uma razão... Maior do que qualquer explicação.
(10-09-2002)
VÍRGULA
(FÁBIO ALLEX)
Parece ontem, passado eterno, mas o tempo vai em velocidade.
Mesmos começos, outras histórias p’ra contar com criatividade.
Meu caminho seguirei e sei que encontrarei muita dificuldade.
Pois nada é fácil e não me importo, o que vale é a busca da liberdade.
As derrotas não me intimidam, sou convalescente dentro da periodicidade.
A musicalidade é a prioridade da durabilidade da vivacidade e da
continuidade da espontaneidade.
Tantas mentiras com os pés descalços. O portugal-velho esqueceu a honestidade.
Compelir a pausas, separações, coisa nenhuma, precisão e habilidade.
A contumácia da segunda mente insiste em ter voz e originalidade.
Ser astro-rei, um elenco; ora, pedra e pó. Isso é versatilidade.
Encontrei vaza-barris... Será outro sol? Quanta claridade!
(08-04-2003)
Parece ontem, passado eterno, mas o tempo vai em velocidade.
Mesmos começos, outras histórias p’ra contar com criatividade.
Meu caminho seguirei e sei que encontrarei muita dificuldade.
Pois nada é fácil e não me importo, o que vale é a busca da liberdade.
As derrotas não me intimidam, sou convalescente dentro da periodicidade.
A musicalidade é a prioridade da durabilidade da vivacidade e da
continuidade da espontaneidade.
Tantas mentiras com os pés descalços. O portugal-velho esqueceu a honestidade.
Compelir a pausas, separações, coisa nenhuma, precisão e habilidade.
A contumácia da segunda mente insiste em ter voz e originalidade.
Ser astro-rei, um elenco; ora, pedra e pó. Isso é versatilidade.
Encontrei vaza-barris... Será outro sol? Quanta claridade!
(08-04-2003)
terça-feira, 1 de maio de 2007
AUTOSSUGESTÃO
(FÁBIO ALLEX)
Depois de cada estação, recolho autossugestão. Querendo, divido com você.
Mas, pode arder. A minha direção é curta e encena ação, e nem quer saber,
Apenas percorrer.
O incêndio incide nas mãos, resplandece, chama a atenção.
O alvitre é refém de um além sob vozes.
Durante toda a extensão, nada sobre a dimensão, nada consegui entender.
Mas, ainda quero aprender. Em cada esquina: vira-teimão.
Vem sempre antes do florão. Na busca do prazer, tudo faz valer.
Olhos nos olhos, meu bem. Feche os olhos também.
Eu não sei quantos anos você tem, mas há alguém antes de nós.
(Não me importa quantos anos você tem, mas há alguém sobre todos nós.)
(28-03-2004)
Depois de cada estação, recolho autossugestão. Querendo, divido com você.
Mas, pode arder. A minha direção é curta e encena ação, e nem quer saber,
Apenas percorrer.
O incêndio incide nas mãos, resplandece, chama a atenção.
O alvitre é refém de um além sob vozes.
Durante toda a extensão, nada sobre a dimensão, nada consegui entender.
Mas, ainda quero aprender. Em cada esquina: vira-teimão.
Vem sempre antes do florão. Na busca do prazer, tudo faz valer.
Olhos nos olhos, meu bem. Feche os olhos também.
Eu não sei quantos anos você tem, mas há alguém antes de nós.
(Não me importa quantos anos você tem, mas há alguém sobre todos nós.)
(28-03-2004)
EM BUSCA DO VIR
(FÁBIO ALLEX)
Uma frase mal-dormida, um olhar em movimento.
Uma canção quase esquecida, um disparo, um tormento.
Pulsação, uma fadiga, um estranho acontecimento.
Uma passagem não percebida, um insolente pensamento.
Transverberar outro incêndio, outra luz, sentimento.
Não sei o que há atrás do indefinido. Eu sei o que é ser um fraco fortalecido.
Neologio sensações, anacoluto o comportamento.
O futuro não espera, sinto muito, eu lamento.
Um par inconcebido deve acabar em casamento.
Cabeça desocupada, infortúnio, mau temperamento.
O satélite, fogo-estrela, se faltar, complemento.
Nuvens disciplinadas e um caos tranqüilo. Finjo-me de morto p’ra não morrer.
Não dou chance p’ro vacilo.
(17-07-2000)
Uma frase mal-dormida, um olhar em movimento.
Uma canção quase esquecida, um disparo, um tormento.
Pulsação, uma fadiga, um estranho acontecimento.
Uma passagem não percebida, um insolente pensamento.
Transverberar outro incêndio, outra luz, sentimento.
Não sei o que há atrás do indefinido. Eu sei o que é ser um fraco fortalecido.
Neologio sensações, anacoluto o comportamento.
O futuro não espera, sinto muito, eu lamento.
Um par inconcebido deve acabar em casamento.
Cabeça desocupada, infortúnio, mau temperamento.
O satélite, fogo-estrela, se faltar, complemento.
Nuvens disciplinadas e um caos tranqüilo. Finjo-me de morto p’ra não morrer.
Não dou chance p’ro vacilo.
(17-07-2000)
MEIAS-VERDADES
(FÁBIO ALLEX)
Não prometo o que não posso cumprir.
Incenso e bom senso, ofereço p’ra ti.
Minhas palavras não morrem mais.
Florescem e perfumam nos quintais.
É só abrir a janela, a paisagem é bela. Algo novo brotou.
Não cometo erros que já cometi. Cores e louvores, peço p’ra ti.
Meias-verdades não servem mais. São paliativas em noites-carnavais.
Portinari pintou na tela; sobre o mar, um barco à vela,
Que mesmo sem rumo, flutuou.
(31-12-2003)
Não prometo o que não posso cumprir.
Incenso e bom senso, ofereço p’ra ti.
Minhas palavras não morrem mais.
Florescem e perfumam nos quintais.
É só abrir a janela, a paisagem é bela. Algo novo brotou.
Não cometo erros que já cometi. Cores e louvores, peço p’ra ti.
Meias-verdades não servem mais. São paliativas em noites-carnavais.
Portinari pintou na tela; sobre o mar, um barco à vela,
Que mesmo sem rumo, flutuou.
(31-12-2003)
O BEIJO E O SOLUÇO
(FÁBIO ALLEX)
O seu jeito é o mais simples e qualquer uma poderia ter.
Além de simples é o mais lindo, mas só quem tem é você.
É, devo confessar. Por existir você, devo agradecer.
Pelas mulheres que não me amaram, pelas canções que não pude fazer,
Trocaria por um rumo mais certo. Entre o que existe e o não-ser, devo optar.
Saber o que fazer p’ra não se arrepender.
Há uma paz que não responde, há um grito no olhar.
Uma sombra que não some, o seu nome p’ra chamar.
Nos seus beijos, meus lábios querem mergulhar, p’ra que o meu soluço possa respirar.
(03-02-2004)
O seu jeito é o mais simples e qualquer uma poderia ter.
Além de simples é o mais lindo, mas só quem tem é você.
É, devo confessar. Por existir você, devo agradecer.
Pelas mulheres que não me amaram, pelas canções que não pude fazer,
Trocaria por um rumo mais certo. Entre o que existe e o não-ser, devo optar.
Saber o que fazer p’ra não se arrepender.
Há uma paz que não responde, há um grito no olhar.
Uma sombra que não some, o seu nome p’ra chamar.
Nos seus beijos, meus lábios querem mergulhar, p’ra que o meu soluço possa respirar.
(03-02-2004)
O GRITO E O INFINITO
(FÁBIO ALLEX)
Em noites de frio, te procurei suando vinho, mares e lugares que te encontrei.
Em açoites e espinhos, eu sangrei, me cortando as horas, a chegada e o que eu deixei.
Levo o agora, evito a despedida.
O todo é só um pouco, e esse implora.
Lá fora, meu corpo habita.
O meu corpo em minha cama. Ao meu lado, a solidão reclama da tua ausência que transcende o quarto.
Perdido no espaço... Mas posso voltar...
Vai pondo a mesa, que eu já levo o pão.
Não vou embora, ofereço-te a minha vida.
O amor é um louco que tudo devora.
Em mim, uma paz que jamais será cinzas.
Trago do abismo, a luz que acaricia, um vento amigo, flores e manhãs.
Nossos odores perfumando a hortelã.
Não cai no esquecimento, os dias são a memória. Toda honra, toda glória é poder te tocar.
Bem que tento esquecer, mas isso já é lembrar.
Do infinito vem um grito que não demora pela hora da minha boca encontrar-se com a tua.
No meu ouvido, outrora aflito, tudo faz sentido. Até ouço sorrisos.
Pois, eu sou o grito.
E tu, o Infinito.
(01-09-2006)
Em noites de frio, te procurei suando vinho, mares e lugares que te encontrei.
Em açoites e espinhos, eu sangrei, me cortando as horas, a chegada e o que eu deixei.
Levo o agora, evito a despedida.
O todo é só um pouco, e esse implora.
Lá fora, meu corpo habita.
O meu corpo em minha cama. Ao meu lado, a solidão reclama da tua ausência que transcende o quarto.
Perdido no espaço... Mas posso voltar...
Vai pondo a mesa, que eu já levo o pão.
Não vou embora, ofereço-te a minha vida.
O amor é um louco que tudo devora.
Em mim, uma paz que jamais será cinzas.
Trago do abismo, a luz que acaricia, um vento amigo, flores e manhãs.
Nossos odores perfumando a hortelã.
Não cai no esquecimento, os dias são a memória. Toda honra, toda glória é poder te tocar.
Bem que tento esquecer, mas isso já é lembrar.
Do infinito vem um grito que não demora pela hora da minha boca encontrar-se com a tua.
No meu ouvido, outrora aflito, tudo faz sentido. Até ouço sorrisos.
Pois, eu sou o grito.
E tu, o Infinito.
(01-09-2006)
O MOMENTO
(FÁBIO ALLEX)
Quantos destinos musiquei! Quantos poemas, eu tracei!
Quantas palavras inventei!
Mas, só as tuas falaram o que ninguém falou.
Quantas flores, eu neguei! Quantas verdades, eu plantei!
Quantas bocas, eu beijei!
Mas, só a tua mostrou-me a cor do calor.
Em quantos sonhos naveguei! Em quantos mares acordei!
Quantos olhares avistei!
Mas, só os teus enxergaram que o meu coração enxergou.
(12-02-2004)
Quantos destinos musiquei! Quantos poemas, eu tracei!
Quantas palavras inventei!
Mas, só as tuas falaram o que ninguém falou.
Quantas flores, eu neguei! Quantas verdades, eu plantei!
Quantas bocas, eu beijei!
Mas, só a tua mostrou-me a cor do calor.
Em quantos sonhos naveguei! Em quantos mares acordei!
Quantos olhares avistei!
Mas, só os teus enxergaram que o meu coração enxergou.
(12-02-2004)
PÉ NA TÁBUA
(FÁBIO ALLEX)
As luzes se apagaram, escuro na cidade. Ofusca um refletor,
O único que não apagou. Um vento releva a brisa, uma ideia inconcisa.
Intransigência! Por que tanta insatisfação?
As luzes se apagaram, escuro na verdade. As estrelas lá no céu,
Brincam de se esconder. Um vento releva a brisa, uma ideia sob cinzas.
Um chute na consciência. Até já me acostumei.
Norte e sul, pé na tábua. P’ra onde vou, não tem chegada.
Sou o que sou: não sou nada... Pés descalços sobre brasas.
As luzes se apagaram, escuro antes da tarde. Uma frase feita a lápis,
Sob tinta derramada no papel. Um vento releva a brisa, uma ideia que atiça.
Do avião sem paraquedas: peso-chumbo em mundo nenhum.
As luzes se apagaram, escuro na honestidade. No deserto é certo,
Numa viagem, a miragem delirar. Um vento releva a brisa, uma ideia que enfeitiça.
A âncora sopra a vela. Embarcação sem convés, marujo ao mar.
Onde estou é a minha estrada... Passo a passo pela madrugada.
Não há saída depois da entrada. Parece fim da linha, mas é só outra parada.
(06-02-2000)
As luzes se apagaram, escuro na cidade. Ofusca um refletor,
O único que não apagou. Um vento releva a brisa, uma ideia inconcisa.
Intransigência! Por que tanta insatisfação?
As luzes se apagaram, escuro na verdade. As estrelas lá no céu,
Brincam de se esconder. Um vento releva a brisa, uma ideia sob cinzas.
Um chute na consciência. Até já me acostumei.
Norte e sul, pé na tábua. P’ra onde vou, não tem chegada.
Sou o que sou: não sou nada... Pés descalços sobre brasas.
As luzes se apagaram, escuro antes da tarde. Uma frase feita a lápis,
Sob tinta derramada no papel. Um vento releva a brisa, uma ideia que atiça.
Do avião sem paraquedas: peso-chumbo em mundo nenhum.
As luzes se apagaram, escuro na honestidade. No deserto é certo,
Numa viagem, a miragem delirar. Um vento releva a brisa, uma ideia que enfeitiça.
A âncora sopra a vela. Embarcação sem convés, marujo ao mar.
Onde estou é a minha estrada... Passo a passo pela madrugada.
Não há saída depois da entrada. Parece fim da linha, mas é só outra parada.
(06-02-2000)
PRATICAMENTE TEOREMA
(FÁBIO ALLEX)
Tudo clareou a partir do brilho do teu olhar.
Coração em disparada, mão suada, saudade e vontade de abraçar.
Foi tão fácil perceber que tu és o frio p’ro meu calor,
A semente que brotou, um sol no anoitecer.
Tudo navegou, e no fundo, um mergulho sem saber nadar.
Canção-madrugada, outra parada, liberdade em dualidade a beijar.
Não há culpados, não há reféns. Necessidades vão mais além.
O que espera, ninguém esperou. Não é erro sentir amor.
(11-01-2004)
Tudo clareou a partir do brilho do teu olhar.
Coração em disparada, mão suada, saudade e vontade de abraçar.
Foi tão fácil perceber que tu és o frio p’ro meu calor,
A semente que brotou, um sol no anoitecer.
Tudo navegou, e no fundo, um mergulho sem saber nadar.
Canção-madrugada, outra parada, liberdade em dualidade a beijar.
Não há culpados, não há reféns. Necessidades vão mais além.
O que espera, ninguém esperou. Não é erro sentir amor.
(11-01-2004)
SEM-DITA
(FÁBIO ALLEX)
Sinta a solidão, mas deixe-a, abandone-a, porque dói, fere, seca e até arde.
Nem tudo que foi lido será dito, repetido.
Imprevistos acontecem e fogem como um covarde.
Preste atenção: a voz que não cala fica rouca, água e sabão lavam roupa,
Mas não limpam o que não for verdade. A água já não molha, sequer mata a sede,
O mato cresce e perde o verde. O que ficou, agora é saudade.
Tire os pés do chão, sinta o vento no seu rosto, respire fundo, sinta o gosto.
O que está fora será posto trazendo a liberdade.
Ache o tempo, fique quieto, perde-se o filho ao ganhar um neto.
Mesmo que longe estará perto e verá de novo a mocidade.
O pequeno verso terá versão. E de volta ao começo, no mesmo caminho do avesso.
A paz encontra-se ao lado da crueldade. Em paradoxo ao acaso, flutua o fundo, mergulha o raso. O sempiterno vem sem-termo e acompanha a eternidade.
Sinta a solidão.
(01-02-2001)
Sinta a solidão, mas deixe-a, abandone-a, porque dói, fere, seca e até arde.
Nem tudo que foi lido será dito, repetido.
Imprevistos acontecem e fogem como um covarde.
Preste atenção: a voz que não cala fica rouca, água e sabão lavam roupa,
Mas não limpam o que não for verdade. A água já não molha, sequer mata a sede,
O mato cresce e perde o verde. O que ficou, agora é saudade.
Tire os pés do chão, sinta o vento no seu rosto, respire fundo, sinta o gosto.
O que está fora será posto trazendo a liberdade.
Ache o tempo, fique quieto, perde-se o filho ao ganhar um neto.
Mesmo que longe estará perto e verá de novo a mocidade.
O pequeno verso terá versão. E de volta ao começo, no mesmo caminho do avesso.
A paz encontra-se ao lado da crueldade. Em paradoxo ao acaso, flutua o fundo, mergulha o raso. O sempiterno vem sem-termo e acompanha a eternidade.
Sinta a solidão.
(01-02-2001)
TODA VEZ
(FÁBIO ALLEX)
Toda vez que você me fala; toda vez a resposta se cala.
Mais uma vez fico sem saber. Mais uma vez pergunto p’ra você.
Toda vez que você me chama; toda vez o ambiente inflama.
Mais uma vez o fogo é só arder. Mais uma vez queimamos sem querer.
Toda vez que você se engana, o chão desaparece: cresceu a grama.
Outra vez explico sem entender. Outra vez você simula aprender.
Toda vez que entro na sua sala; o olhar se esvai, a voz entala.
Outra vez visito o seu prazer. Outra vez, nada p’ra dizer.
Toda vez que vou embora: lágrimas saem, o coração implora.
Dessa vez sei que deveria ficar. Outra vez, um dia vou voltar.
(20-01-2005)
Toda vez que você me fala; toda vez a resposta se cala.
Mais uma vez fico sem saber. Mais uma vez pergunto p’ra você.
Toda vez que você me chama; toda vez o ambiente inflama.
Mais uma vez o fogo é só arder. Mais uma vez queimamos sem querer.
Toda vez que você se engana, o chão desaparece: cresceu a grama.
Outra vez explico sem entender. Outra vez você simula aprender.
Toda vez que entro na sua sala; o olhar se esvai, a voz entala.
Outra vez visito o seu prazer. Outra vez, nada p’ra dizer.
Toda vez que vou embora: lágrimas saem, o coração implora.
Dessa vez sei que deveria ficar. Outra vez, um dia vou voltar.
(20-01-2005)
domingo, 22 de abril de 2007
A LÁGRIMA E A PISCINA
(FÁBIO ALLEX)
Depois de claras e longas escuras, uma outra luz volta transcender meu ser.
Invadiu-me a alma calma, leve, breve e permanente. Mil segredos sem mistérios,
Sete chaves, pratos limpos. Desvenda a avestruz, encoraja o retrocesso pontual.
Atualmente quero... Mero momento, espero. Guia e desvia, cala e grita, mas toca e
Soa, corre e sua, bebe e come, fome e juliana, transa e ama, mata e nasce, dorme,
Ver, não crer, sente, mente. Não ao meio-termo o tempo inteiro.
Quero o extremo, o acaso, o fracasso, a vitória.
Não ao óbvio, quero o abstrato sem fatos consumados, todos os argumentos.
Quero ser o indolente perseverante, a cesariana, o mudo, o ultra-som, o cigarro,
Veia-artéria, libras e fonemas.
Não quero ser um conquistador barato, quero dar a cara a uma cara conquista.
Não quero poderes, quero só poder fazer o que posso.
Não quero uma lágrima, quero encher a piscina.
Quero os olhos, o olhar, a vista, o novo horizonte.
(03-01-2003)
Depois de claras e longas escuras, uma outra luz volta transcender meu ser.
Invadiu-me a alma calma, leve, breve e permanente. Mil segredos sem mistérios,
Sete chaves, pratos limpos. Desvenda a avestruz, encoraja o retrocesso pontual.
Atualmente quero... Mero momento, espero. Guia e desvia, cala e grita, mas toca e
Soa, corre e sua, bebe e come, fome e juliana, transa e ama, mata e nasce, dorme,
Ver, não crer, sente, mente. Não ao meio-termo o tempo inteiro.
Quero o extremo, o acaso, o fracasso, a vitória.
Não ao óbvio, quero o abstrato sem fatos consumados, todos os argumentos.
Quero ser o indolente perseverante, a cesariana, o mudo, o ultra-som, o cigarro,
Veia-artéria, libras e fonemas.
Não quero ser um conquistador barato, quero dar a cara a uma cara conquista.
Não quero poderes, quero só poder fazer o que posso.
Não quero uma lágrima, quero encher a piscina.
Quero os olhos, o olhar, a vista, o novo horizonte.
(03-01-2003)
ARTE
(FÁBIO ALLEX)
Troca de olhares.
Olhos fechados.
Imaginação a vapor.
Pêlos eriçados.
Acordes por todos os poros.
Arrepio da alma.
Mãos aflitas.
Boca sedenta.
Lactante!
Língua, saliva, sal.
Pele em ebulição.
Umidade torrencial.
Lucarna!
Músculos contraídos.
Movimentos anatômicos.
Matérias distintas.
Mesmo espaço.
Suor, odores, sensores.
Frenesi, fricção, fervura.
Dilatação das artérias.
Corações a 100 km/h.
Opostos, perdidos, confundidos.
Palavras ditas sem nexo.
Respiração a jacto.
Ecos de sons plangentes.
Ardência indolor.
Penumbra de testemunha.
Chegada ao destino...
Descansar?
Fumar um cigarro?
Quantas viagens?
Quantos paraísos sugados e percorridos?
...Arte!...
(20-04-2007)
Troca de olhares.
Olhos fechados.
Imaginação a vapor.
Pêlos eriçados.
Acordes por todos os poros.
Arrepio da alma.
Mãos aflitas.
Boca sedenta.
Lactante!
Língua, saliva, sal.
Pele em ebulição.
Umidade torrencial.
Lucarna!
Músculos contraídos.
Movimentos anatômicos.
Matérias distintas.
Mesmo espaço.
Suor, odores, sensores.
Frenesi, fricção, fervura.
Dilatação das artérias.
Corações a 100 km/h.
Opostos, perdidos, confundidos.
Palavras ditas sem nexo.
Respiração a jacto.
Ecos de sons plangentes.
Ardência indolor.
Penumbra de testemunha.
Chegada ao destino...
Descansar?
Fumar um cigarro?
Quantas viagens?
Quantos paraísos sugados e percorridos?
...Arte!...
(20-04-2007)
BANHO DE SAIS
(FÁBIO ALLEX)
Vejo um céu de anil, sinto um tempo veloz.
Como as chuvas que caem, as lágrimas saem.
Vou ficar com as noites que trazem tua voz, vou esperar o dia ruir.
Não me surpreenderei quando estivermos a sós, sinto tua presença junto a mim.
Ouço o que já se ouviu, mas que ninguém antes falou.
A beleza das rosas me distrai, e toco em seus espinhos sem dor.
Vou ficar com as noites que trazem tua voz, vou esperar o dia ruir.
Não me surpreenderei quando estivermos a sós, sinto tua presença junto a mim.
Ela é paz, me acalma. Querem mais, meu corpo e alma.
Meus poros clamam por teu batom. Tua respiração é luz, teu calor é som.
Bebendo água pura da fonte, estou.
Se não for, alguém me diga, por favor, o que é amor.
(07-02-2005)
Vejo um céu de anil, sinto um tempo veloz.
Como as chuvas que caem, as lágrimas saem.
Vou ficar com as noites que trazem tua voz, vou esperar o dia ruir.
Não me surpreenderei quando estivermos a sós, sinto tua presença junto a mim.
Ouço o que já se ouviu, mas que ninguém antes falou.
A beleza das rosas me distrai, e toco em seus espinhos sem dor.
Vou ficar com as noites que trazem tua voz, vou esperar o dia ruir.
Não me surpreenderei quando estivermos a sós, sinto tua presença junto a mim.
Ela é paz, me acalma. Querem mais, meu corpo e alma.
Meus poros clamam por teu batom. Tua respiração é luz, teu calor é som.
Bebendo água pura da fonte, estou.
Se não for, alguém me diga, por favor, o que é amor.
(07-02-2005)
DEPOIMENTO
(FÁBIO ALLEX)
Mulher, você é todas as coisas mais belas, é banquete à luz de velas, é tudo onde há vida,
é o que se brinda, é graça, é a criança correndo na praça.
De Deus é arte; de mim faz parte! É o gosto bom que fica na boca.
É a minha voz rouca por gritar-lhe quando você some, é o saciar da minha fome.
É a suavidade que fica na pele, é a convalescença de quem se fere.
É massagem na alma, é o acaso, é lucidez, é embriaguez de calma.
É o fruto doce que não se colhe maduro, é a luz que existe no fim do obscuro.
Você é a chuva que cai no sertão, é o itinerário da minha direção.
É o maior valor que não tem preço, é o que sinto agora, o que me aflora, é o meu começo.
É o nascer e renascer do mundo, é o mergulhar no amor até o fundo.
É a alteza, minha leveza, magia, Impressionismo.
É a minha musa, minha virtude, saúde, Concretismo.
Você é a sabedoria que se reflete, é o cheiro bom, são as minhas vestes.
É o sentimento do cancioneiro, é o que me faz a creditar na sorte,
é o que me deixa mais forte, é o que me faz sentir inteiro.
Mulher, tão singular, sem você nada se plurificaria.
Triste do homem não entender que sem você nada seria.
(03-03-2008)
Mulher, você é todas as coisas mais belas, é banquete à luz de velas, é tudo onde há vida,
é o que se brinda, é graça, é a criança correndo na praça.
De Deus é arte; de mim faz parte! É o gosto bom que fica na boca.
É a minha voz rouca por gritar-lhe quando você some, é o saciar da minha fome.
É a suavidade que fica na pele, é a convalescença de quem se fere.
É massagem na alma, é o acaso, é lucidez, é embriaguez de calma.
É o fruto doce que não se colhe maduro, é a luz que existe no fim do obscuro.
Você é a chuva que cai no sertão, é o itinerário da minha direção.
É o maior valor que não tem preço, é o que sinto agora, o que me aflora, é o meu começo.
É o nascer e renascer do mundo, é o mergulhar no amor até o fundo.
É a alteza, minha leveza, magia, Impressionismo.
É a minha musa, minha virtude, saúde, Concretismo.
Você é a sabedoria que se reflete, é o cheiro bom, são as minhas vestes.
É o sentimento do cancioneiro, é o que me faz a creditar na sorte,
é o que me deixa mais forte, é o que me faz sentir inteiro.
Mulher, tão singular, sem você nada se plurificaria.
Triste do homem não entender que sem você nada seria.
(03-03-2008)
MÚSICA E POESIA
(FÁBIO ALLEX)
Aonde vais, eu já cheguei. O que planejas, eu já produzi.
O que tentas; eu, um milhão de vezes. O que derrubas, eu levanto.
Houve um descaso.
De um lado, o laço corrompeu.
O último beijo, ninguém deu.
O que sonhas, eu já despertei. O que silencias, ouço aqui.
O que prometes; eu, talvez. O que comes, sou eu que planto.
Sobram vestes.
Nelas, o nosso perfume ficou.
E nada apaga essa troca de olhar.
O que contas, eu que profetizei. O que distancias; eu, na mesma casa.
O que tu nunca, eu p’ra sempre. Onde secas, levo meu pranto.
O mergulho é longo.
No fundo: mãos a se encontrar.
A luz que finda vem nos abraçar.
...Tu tens a música p’ra minha poesia.
(04-11-2005)
Aonde vais, eu já cheguei. O que planejas, eu já produzi.
O que tentas; eu, um milhão de vezes. O que derrubas, eu levanto.
Houve um descaso.
De um lado, o laço corrompeu.
O último beijo, ninguém deu.
O que sonhas, eu já despertei. O que silencias, ouço aqui.
O que prometes; eu, talvez. O que comes, sou eu que planto.
Sobram vestes.
Nelas, o nosso perfume ficou.
E nada apaga essa troca de olhar.
O que contas, eu que profetizei. O que distancias; eu, na mesma casa.
O que tu nunca, eu p’ra sempre. Onde secas, levo meu pranto.
O mergulho é longo.
No fundo: mãos a se encontrar.
A luz que finda vem nos abraçar.
...Tu tens a música p’ra minha poesia.
(04-11-2005)
NENHUMA PALAVRA
(FÁBIO ALLEX)
Estou indo embora, e vou sem olhar p’ra trás. Levando comigo, as boas lembranças.
Dos erros, jamais esqueço. Somos um processo de evolução.
Não me arrependo de nada, não vou proferir nenhuma palavra.
Tudo até aqui fala por si só. Quiçá, um dia volte. Vai ver, nunca fui.
Corpos dispersos, mas os pensamentos: único.
A palavra que eu quis negar fez-se presente, fez-se lar; deixou a porta aberta,
Pós tapete vermelho esperando que pudesses entrar.
Porém, se uma parte de ti quer ficar e a outra necessita ir:
A necessidade é implacável; o desvencilhamento, inevitável.
A minha mão, jamais te negarei. Ela é tua. Mas estou indo embora.
Em paz, tranqüilo, com o sentimento de dever cumprido.
(13-07-2005)
Estou indo embora, e vou sem olhar p’ra trás. Levando comigo, as boas lembranças.
Dos erros, jamais esqueço. Somos um processo de evolução.
Não me arrependo de nada, não vou proferir nenhuma palavra.
Tudo até aqui fala por si só. Quiçá, um dia volte. Vai ver, nunca fui.
Corpos dispersos, mas os pensamentos: único.
A palavra que eu quis negar fez-se presente, fez-se lar; deixou a porta aberta,
Pós tapete vermelho esperando que pudesses entrar.
Porém, se uma parte de ti quer ficar e a outra necessita ir:
A necessidade é implacável; o desvencilhamento, inevitável.
A minha mão, jamais te negarei. Ela é tua. Mas estou indo embora.
Em paz, tranqüilo, com o sentimento de dever cumprido.
(13-07-2005)
O NEXO URGE
(FÁBIO ALLEX)
Eu perco os passos, não acho o chão, não meço o tempo.
Saio de cena, mexo na antena, fico sem ar.
O vento leva, relevo o dia e vou dormir.
Aconteceu, não agradeceram, foi esquecido.
Um disparo, olhos miram, a mão arrisca.
Esparziu, tantas estrelas, procela à noite.
Palavras erradas, cola nos sapatos, o nexo urge.
Medalha no peito, cabeça a prêmio, licitação.
Desconversa, telefone ocupado, sentido obrigatório.
Um corpo gemendo, tantas vozes, um orfeu.
Tantas pessoas, o mundo é mundo, é trivial.
É abstrato, compreendido, tudo em vão.
Vários desejos, um ensejo, cegueira à vista.
A porta abre, um labirinto, o Sol esconde-se.
A tez cansada, agro sorriso, singra no mar.
Sangra ao voar.
(19-04-1999)
Eu perco os passos, não acho o chão, não meço o tempo.
Saio de cena, mexo na antena, fico sem ar.
O vento leva, relevo o dia e vou dormir.
Aconteceu, não agradeceram, foi esquecido.
Um disparo, olhos miram, a mão arrisca.
Esparziu, tantas estrelas, procela à noite.
Palavras erradas, cola nos sapatos, o nexo urge.
Medalha no peito, cabeça a prêmio, licitação.
Desconversa, telefone ocupado, sentido obrigatório.
Um corpo gemendo, tantas vozes, um orfeu.
Tantas pessoas, o mundo é mundo, é trivial.
É abstrato, compreendido, tudo em vão.
Vários desejos, um ensejo, cegueira à vista.
A porta abre, um labirinto, o Sol esconde-se.
A tez cansada, agro sorriso, singra no mar.
Sangra ao voar.
(19-04-1999)
PORTA-NOVAS
(FÁBIO ALLEX)
De volta ao passado que nunca vivi.
Vou andando pelas ruas em que um dia morei.
Procurando um espaço, em passos longos não me acho.
Tudo ficou como eu deixei.
E outros olhos, cá nos meus, deixaram uma visão.
Mas não me iludo, o chão é duro demais.
O infinito por acaso, pormenorizado em mil pedaços.
Nada ficou como eu deixei.
Um leva e traz parou o tempo e roubou-me o verão.
No jardim murcharam flores, que em cores no meu colchão.
Que palavrada tão cortês! Pois, todo mundo tem sua vez.
Todavia, nada foi como imaginei.
O mal-ajambrado deslumbrado deslembrou de contar
Do recital requintado... Um bequadro na solidão.
Parabéns pelo seu dia! A felicidade é boa companhia.
Tudo saiu melhor do que pensei.
(28-06-2001)
De volta ao passado que nunca vivi.
Vou andando pelas ruas em que um dia morei.
Procurando um espaço, em passos longos não me acho.
Tudo ficou como eu deixei.
E outros olhos, cá nos meus, deixaram uma visão.
Mas não me iludo, o chão é duro demais.
O infinito por acaso, pormenorizado em mil pedaços.
Nada ficou como eu deixei.
Um leva e traz parou o tempo e roubou-me o verão.
No jardim murcharam flores, que em cores no meu colchão.
Que palavrada tão cortês! Pois, todo mundo tem sua vez.
Todavia, nada foi como imaginei.
O mal-ajambrado deslumbrado deslembrou de contar
Do recital requintado... Um bequadro na solidão.
Parabéns pelo seu dia! A felicidade é boa companhia.
Tudo saiu melhor do que pensei.
(28-06-2001)
SEMENTES
(FÁBIO ALLEX)
Musicada por Kadú Ribeiro
Eu não imaginava que fosse assim...
Eu não esperava que florescesse aqui.
Alguém plantou, pois brotou. Há um jardim dentro de mim.
Foi tão de repente, não pude nada fazer.
Se há uma semente, regue p’ra ela crescer.
Podar, cultivar; eu, raízes em você.
Desprevenidamente, fui acertado em cheio.
Fui um alvo, e preciso do seu querer.
Como o pássaro das asas p’ra voar, como o barco precisa do mar.
Chuva, sol, vento e terra. Semeado e germinado.
Alguém plantou, pois brotou.
(17-03-1999)
Musicada por Kadú Ribeiro
Eu não imaginava que fosse assim...
Eu não esperava que florescesse aqui.
Alguém plantou, pois brotou. Há um jardim dentro de mim.
Foi tão de repente, não pude nada fazer.
Se há uma semente, regue p’ra ela crescer.
Podar, cultivar; eu, raízes em você.
Desprevenidamente, fui acertado em cheio.
Fui um alvo, e preciso do seu querer.
Como o pássaro das asas p’ra voar, como o barco precisa do mar.
Chuva, sol, vento e terra. Semeado e germinado.
Alguém plantou, pois brotou.
(17-03-1999)
SEM-SEGUNDO
(FÁBIO ALLEX)
Desculpe se não pude dar a atenção merecida.
Pelo suicida que sou, não poderei te levar comigo. Ninguém poderá ir.
Lá, muitas almas por entre becos, gritos roucos, muito medo, fé cansada,
Precipitação, loucura fatal, sofrimento.
Foi mal, não poder ficar mais, minha querida. Não diga nada, meu amor.
O tempo todo corremos perigo. Mas, ninguém vai destruir:
Nossas bocas e o beijo, nossos corpos e um desejo, tua pele e minhas mãos.
Teu rosto é real. É momento.
Duas bocas e um beijo, dois corpos e o ensejo, nossas vidas pelo chão.
Tua voz é Natal. Mas é momento.
Inquietude e muitas léguas; lápis, borracha e régua, espasmos sem compaixão.
O riso é carnaval. O resto, detrimento.
Mas há sentimento em nossas línguas: água e sal.
Não há igual.
(22-11-2004)
Desculpe se não pude dar a atenção merecida.
Pelo suicida que sou, não poderei te levar comigo. Ninguém poderá ir.
Lá, muitas almas por entre becos, gritos roucos, muito medo, fé cansada,
Precipitação, loucura fatal, sofrimento.
Foi mal, não poder ficar mais, minha querida. Não diga nada, meu amor.
O tempo todo corremos perigo. Mas, ninguém vai destruir:
Nossas bocas e o beijo, nossos corpos e um desejo, tua pele e minhas mãos.
Teu rosto é real. É momento.
Duas bocas e um beijo, dois corpos e o ensejo, nossas vidas pelo chão.
Tua voz é Natal. Mas é momento.
Inquietude e muitas léguas; lápis, borracha e régua, espasmos sem compaixão.
O riso é carnaval. O resto, detrimento.
Mas há sentimento em nossas línguas: água e sal.
Não há igual.
(22-11-2004)
sábado, 31 de março de 2007
ANJO ENVOLTO DE JASMIM
(FÁBIO ALLEX)
Quanta Formosura!
Que Esplendor!
Que Lábios Graciosos!
Que Olhar Terno!
Quanta Pluralidade em um Conjunto Unitário!
Quanta Luz!
Está ao lado do Convento, encoberta com um véu laranja.
Um Anjo Envolto de Jasmim.
Há Beleza mais Exuberante que Essa?
Há?!
Não, não há!
Não, que os meus olhos tenham visto.
Não, que a minha alma tenha percebido.
Não, que a minha pele tenha sentido.
Não, que o meu coração tenha recebido.
Não, não há!
Não, que em minha vida tenha surgido.
Definitivamente...
Não há!
(28-03-2007)
Quanta Formosura!
Que Esplendor!
Que Lábios Graciosos!
Que Olhar Terno!
Quanta Pluralidade em um Conjunto Unitário!
Quanta Luz!
Está ao lado do Convento, encoberta com um véu laranja.
Um Anjo Envolto de Jasmim.
Há Beleza mais Exuberante que Essa?
Há?!
Não, não há!
Não, que os meus olhos tenham visto.
Não, que a minha alma tenha percebido.
Não, que a minha pele tenha sentido.
Não, que o meu coração tenha recebido.
Não, não há!
Não, que em minha vida tenha surgido.
Definitivamente...
Não há!
(28-03-2007)
A LUA E A RUA
(FÁBIO ALLEX)
A Lua cheia e a rua completamente vazia.
Nada mais sobre a rua, somente eu sob a Lua.
Todos estão em casa pendurados na janela para apreciar o Satélite.
“Olha quanta beleza!” - Dizem os enamorados apontando seus dedinhos!
Eu não! Que se esvaneça todo o seu brilho e quem o contempla.
Amanhã, o Sol deverá nascer com muito menos energia, depois de emprestar tanta luminosidade.
Mas, eu não me importo com nada, com nenhum corpo celeste!
Nem mesmo sei se chego até amanhã.
Sou muito egoísta, muito interesseiro!
Apenas me aproveito da Lua, de toda a sua ingenuidade e gentileza!
Sim, eu não presto! Sou um caro aproveitador, um oportunista barato! Sou a pior espécie!
Dela, apenas quero a sua luz para que ilumine os meus passos por estes becos que poderão me levar até você.
Após lhe encontrar, quero que tudo se exploda, que todo clarão se apague! Dane-se todo o resto!
Menos nós dois, meu Calor Distante!
Que não sobre mais nada para os românticos da janela!
Quero que a dor seja a tônica para eles, não suporto mais os sorrisos abobalhados e as palavras melosas!
Que coisa mais chata, repugnante, piegas é o romantismo!
Já basta eu, já não me agüento mais!
Tantas luas, ruas, léguas e nenhum amor!
(22-03-2007)
A Lua cheia e a rua completamente vazia.
Nada mais sobre a rua, somente eu sob a Lua.
Todos estão em casa pendurados na janela para apreciar o Satélite.
“Olha quanta beleza!” - Dizem os enamorados apontando seus dedinhos!
Eu não! Que se esvaneça todo o seu brilho e quem o contempla.
Amanhã, o Sol deverá nascer com muito menos energia, depois de emprestar tanta luminosidade.
Mas, eu não me importo com nada, com nenhum corpo celeste!
Nem mesmo sei se chego até amanhã.
Sou muito egoísta, muito interesseiro!
Apenas me aproveito da Lua, de toda a sua ingenuidade e gentileza!
Sim, eu não presto! Sou um caro aproveitador, um oportunista barato! Sou a pior espécie!
Dela, apenas quero a sua luz para que ilumine os meus passos por estes becos que poderão me levar até você.
Após lhe encontrar, quero que tudo se exploda, que todo clarão se apague! Dane-se todo o resto!
Menos nós dois, meu Calor Distante!
Que não sobre mais nada para os românticos da janela!
Quero que a dor seja a tônica para eles, não suporto mais os sorrisos abobalhados e as palavras melosas!
Que coisa mais chata, repugnante, piegas é o romantismo!
Já basta eu, já não me agüento mais!
Tantas luas, ruas, léguas e nenhum amor!
(22-03-2007)
BERÇO
(FÁBIO ALLEX)
Para Brenno Ítalo
Chegou a nova luz regada à paz, com cheiro de hortelã.
Clareou a noite, feito vela acesa, com gosto de maçã.
Bastou nascer p’ra renovar os dias e fazer de mim, um fã.
Balanço o berço que balança a minha vida: presente de irmã.
A ablução da sua alma com as lágrimas afluentes do meu amor.
A aspersão no rosto, das gotas que batem nas pedras do cais do bem-vindo.
Seu sorriso moldurado pela mão divina e pendurado na parede do infinito.
Sua purificação: óleo, água benta. Vestes brancas acentuam a cor.
Vamos devagar! P’ra chegar é só engatinhar.
Neném quer mamar! O rio que corre é p’ra desaguar.
Vamos acelerar! O tempo urge pela hora de brindar.
Neném quer nanar! O sono traz o sonho que não se pode evitar.
(09-02-2007)
Para Brenno Ítalo
Chegou a nova luz regada à paz, com cheiro de hortelã.
Clareou a noite, feito vela acesa, com gosto de maçã.
Bastou nascer p’ra renovar os dias e fazer de mim, um fã.
Balanço o berço que balança a minha vida: presente de irmã.
A ablução da sua alma com as lágrimas afluentes do meu amor.
A aspersão no rosto, das gotas que batem nas pedras do cais do bem-vindo.
Seu sorriso moldurado pela mão divina e pendurado na parede do infinito.
Sua purificação: óleo, água benta. Vestes brancas acentuam a cor.
Vamos devagar! P’ra chegar é só engatinhar.
Neném quer mamar! O rio que corre é p’ra desaguar.
Vamos acelerar! O tempo urge pela hora de brindar.
Neném quer nanar! O sono traz o sonho que não se pode evitar.
(09-02-2007)
ERMO
(FÁBIO ALLEX)
Sinto-me só, fico comigo. Em uma solidão, eu me abrigo.
Sinto-me só quando na multidão. O sol irradia-me escuridão.
Às vezes é bom sentir-se sozinho, é bem melhor p’ra escolher um caminho.
Às vezes, falta um carinho; às vezes, falta um perfume; às vezes, falta uma conversa.
A solidão altiva desconversa. As paredes já não dão conta do recado.
No espelho, o meu rosto cansado de solidão. Às vezes, falta um sentimento.
Qualquer coisa p’ra se sentir, que não seja solidão, que tire da boca, o gosto amargo.
Já não é bom sentir-se sozinho, a necessidade agora é outra.
Quero a chave dessa cela, outra companhia que não a minha sombra.
Às vezes, falta outro rosto, que não seja o meu cansado.
Às vezes, falta um afago, que não seja emancipado. Em prantos fica a minha pele.
Esse silêncio me ensurdece, quero ganhar outra coisa que não seja o que me dão.
- “Só lhe dão!" Só me dão, so... li... dão. E eu só, então. So... li... dão. Só - li - dão.
(09-06-1999)
Sinto-me só, fico comigo. Em uma solidão, eu me abrigo.
Sinto-me só quando na multidão. O sol irradia-me escuridão.
Às vezes é bom sentir-se sozinho, é bem melhor p’ra escolher um caminho.
Às vezes, falta um carinho; às vezes, falta um perfume; às vezes, falta uma conversa.
A solidão altiva desconversa. As paredes já não dão conta do recado.
No espelho, o meu rosto cansado de solidão. Às vezes, falta um sentimento.
Qualquer coisa p’ra se sentir, que não seja solidão, que tire da boca, o gosto amargo.
Já não é bom sentir-se sozinho, a necessidade agora é outra.
Quero a chave dessa cela, outra companhia que não a minha sombra.
Às vezes, falta outro rosto, que não seja o meu cansado.
Às vezes, falta um afago, que não seja emancipado. Em prantos fica a minha pele.
Esse silêncio me ensurdece, quero ganhar outra coisa que não seja o que me dão.
- “Só lhe dão!" Só me dão, so... li... dão. E eu só, então. So... li... dão. Só - li - dão.
(09-06-1999)
PROCELA
(FÁBIO ALLEX)
Chove tão forte lá fora, e não posso sair. Talvez não molhasse em mim.
O frio é intenso. Aqui dentro traz falta de ar. É mesmo de arrepiar.
Vejo miragem em tudo, em todo lugar. No espelho, nimbos a me olhar.
Garoa surgindo é prelúdio de enxurrada. Preparo-me para o pé-d’água.
Estrela nenhuma no céu, relâmpagos brilham no ar. É perigo, de cego ficar.
Dilúvio que submergiu o referencial. Inundação torrencial.
Nuvem em cima de mim e abaixo do nível do mar.
Nuvem em cima de mim. Pluviosidade, que azar!
Chuva de granizo, isso que é temporal! No mar, açúcar em vez de sal.
Se chover canivete, talvez vá me molhar. Sem medo de me cortar.
Guarda-chuva e sombrinha p’ra proteger. O perigo está em viver.
Mas, o sol ainda espero que possa surgir. Espero paciente aqui.
Ao redor, tudo molhado e sinto-me sertão. Com frio no meu coração.
Estrondo, trovões e ventania a diluir. Mas é assim que consigo dormir.
Nuvem em cima de mim. Pluviosidade, que azar!
Nuvem em cima de mim. Ainda bem que eu sei nadar.
(20-01-1999)
Chove tão forte lá fora, e não posso sair. Talvez não molhasse em mim.
O frio é intenso. Aqui dentro traz falta de ar. É mesmo de arrepiar.
Vejo miragem em tudo, em todo lugar. No espelho, nimbos a me olhar.
Garoa surgindo é prelúdio de enxurrada. Preparo-me para o pé-d’água.
Estrela nenhuma no céu, relâmpagos brilham no ar. É perigo, de cego ficar.
Dilúvio que submergiu o referencial. Inundação torrencial.
Nuvem em cima de mim e abaixo do nível do mar.
Nuvem em cima de mim. Pluviosidade, que azar!
Chuva de granizo, isso que é temporal! No mar, açúcar em vez de sal.
Se chover canivete, talvez vá me molhar. Sem medo de me cortar.
Guarda-chuva e sombrinha p’ra proteger. O perigo está em viver.
Mas, o sol ainda espero que possa surgir. Espero paciente aqui.
Ao redor, tudo molhado e sinto-me sertão. Com frio no meu coração.
Estrondo, trovões e ventania a diluir. Mas é assim que consigo dormir.
Nuvem em cima de mim. Pluviosidade, que azar!
Nuvem em cima de mim. Ainda bem que eu sei nadar.
(20-01-1999)
PSEUDOPIA
(LILIAN GOMES/FÁBIO ALLEX)
Acordo contigo no olhar, chego à janela e vejo-te refletida na vidraça.
Envolvo-me com a hortelã que vem do teu hálito contundente,
que perduram em meus lábios...
Calo os olhos e materializo você à minha frente pela milésima vez.
Antes de adormecer, sonho,
e nele transcendemos em algo que nos culminam visceralmente em nossos existenciais...
Continuo sem adormecer... Sonho!
Cruzo com meu pensamento, as barreiras das dores, da distância e do paralelo de nossas essências, para apenas vislumbrar e tocar teu rosto...
Irrelevo o ato de estar, mas me permito ser, apenas ser no momento de encontrar-te.
Faço do ato de fracassar, uma força a mais para que na estrada que sigo, sem nada ter e sem saber aonde chegar, ver os nossos anseios adentrarem na suavidade permanente de existir.
(15-01-2006)
Acordo contigo no olhar, chego à janela e vejo-te refletida na vidraça.
Envolvo-me com a hortelã que vem do teu hálito contundente,
que perduram em meus lábios...
Calo os olhos e materializo você à minha frente pela milésima vez.
Antes de adormecer, sonho,
e nele transcendemos em algo que nos culminam visceralmente em nossos existenciais...
Continuo sem adormecer... Sonho!
Cruzo com meu pensamento, as barreiras das dores, da distância e do paralelo de nossas essências, para apenas vislumbrar e tocar teu rosto...
Irrelevo o ato de estar, mas me permito ser, apenas ser no momento de encontrar-te.
Faço do ato de fracassar, uma força a mais para que na estrada que sigo, sem nada ter e sem saber aonde chegar, ver os nossos anseios adentrarem na suavidade permanente de existir.
(15-01-2006)
DESPEDIDA
(FÁBIO ALLEX)
Vejo do retrovisor: belas Margaridas!
E a saudade está sempre aflita.
Tamanha incerteza temida! Alguma coisa foi concebida?
Há em tudo que se reflita, dores escondidas.
Depois das dores, as sequelas das feridas.
É, a morte é coisa da vida. Perdoe-me se alguma frase não foi dita!
Mas, nada justifica.
Se fosse outra coisa seria menos sofrida?
Acabei num bar, Querida. O álcool me acabando e eu, com toda a bebida.
É verdadeira a recíproca. Tanta paz desperdiçada, compadecida!
Ah, o beijo! A boca falida! A luz que reside chora e grita.
A Felicidade jamais será esquecida!
E é do que a força interior necessita.
A vontade era ser eterna, infinita. Quanta destreza! Saíste sem ser percebida!
Por onde fica a saída? É mais curta a chegada na descida?
Não importa, quando tudo acaba em despedida.
(26-03-2005)
Vejo do retrovisor: belas Margaridas!
E a saudade está sempre aflita.
Tamanha incerteza temida! Alguma coisa foi concebida?
Há em tudo que se reflita, dores escondidas.
Depois das dores, as sequelas das feridas.
É, a morte é coisa da vida. Perdoe-me se alguma frase não foi dita!
Mas, nada justifica.
Se fosse outra coisa seria menos sofrida?
Acabei num bar, Querida. O álcool me acabando e eu, com toda a bebida.
É verdadeira a recíproca. Tanta paz desperdiçada, compadecida!
Ah, o beijo! A boca falida! A luz que reside chora e grita.
A Felicidade jamais será esquecida!
E é do que a força interior necessita.
A vontade era ser eterna, infinita. Quanta destreza! Saíste sem ser percebida!
Por onde fica a saída? É mais curta a chegada na descida?
Não importa, quando tudo acaba em despedida.
(26-03-2005)
MÚSICA P'RA SURDO
(FÁBIO ALLEX)
Publicada no Jornal Pequeno
e interpretada pelas vencedoras do 20º Festival Maranhense de Poesia – em 2006 -, Flávia Menezes e Odara Freitas.
Você, sempre atrasada; eu, antes do horário.
Você, sem regras; eu, anotações no fichário.
Você se esconde; eu exponho. Mostruário.
Você, segredos; eu, longo comentário.
Você extravia; eu, destino. Emissário.
Você com gaiola; eu, sem peixe no aquário.
Você, nascimento; eu, décimo aniversário.
Você, prêmio da loto; eu, meio-salário.
Você, formada; eu, pré-universitário.
Você, novidades; eu, comum. Ordinário.
Você, fatos; eu, conto lendário.
Você, Taffarel; eu, Bebeto e Romário.
Eu, Avon; você, O Boticário.
Você, sempre acompanhada; eu, um pobre solitário.
Você, talvez; eu, imprescindível. Necessário.
Você, sem pistas; eu, dia, hora e cenário.
Você, queima de arquivos; eu, documentário.
Você, sem rumo; eu, mapa, bússola e calendário.
Você desafina; eu, no tom de um canário.
Você, começo; eu, perto do fim. Centenário.
Você, a chefe; eu, um mero funcionário.
Você, noventa por cento; eu, sócio minoritário.
Você, no anonimato; eu, nas páginas do noticiário.
Você, Chaves e Chapolin; eu, universo literário.
Você, esperta, atenta; eu, um grande otário.
Eu, Avon; você, O Boticário.
(20-10-2003)
Publicada no Jornal Pequeno
e interpretada pelas vencedoras do 20º Festival Maranhense de Poesia – em 2006 -, Flávia Menezes e Odara Freitas.
Você, sempre atrasada; eu, antes do horário.
Você, sem regras; eu, anotações no fichário.
Você se esconde; eu exponho. Mostruário.
Você, segredos; eu, longo comentário.
Você extravia; eu, destino. Emissário.
Você com gaiola; eu, sem peixe no aquário.
Você, nascimento; eu, décimo aniversário.
Você, prêmio da loto; eu, meio-salário.
Você, formada; eu, pré-universitário.
Você, novidades; eu, comum. Ordinário.
Você, fatos; eu, conto lendário.
Você, Taffarel; eu, Bebeto e Romário.
Eu, Avon; você, O Boticário.
Você, sempre acompanhada; eu, um pobre solitário.
Você, talvez; eu, imprescindível. Necessário.
Você, sem pistas; eu, dia, hora e cenário.
Você, queima de arquivos; eu, documentário.
Você, sem rumo; eu, mapa, bússola e calendário.
Você desafina; eu, no tom de um canário.
Você, começo; eu, perto do fim. Centenário.
Você, a chefe; eu, um mero funcionário.
Você, noventa por cento; eu, sócio minoritário.
Você, no anonimato; eu, nas páginas do noticiário.
Você, Chaves e Chapolin; eu, universo literário.
Você, esperta, atenta; eu, um grande otário.
Eu, Avon; você, O Boticário.
(20-10-2003)
PENSAMENTOS À VELA
(FÁBIO ALLEX)
Tudo bem, não vou sumir.
Estou aqui, disposto a atender as tuas solicitações, a navegar nas tuas embarcações.
Afinal, p’ra que servem os amigos? E de que adiantaria um anjo sem uma atitude angelical?
Estou nos pensamentos à vela, que correm de encontro as mais fortes correntezas.
Porém, se porventura, eu desaparecer, estarei naquela canção que fiz p’ra ti.
Afinal, por que existiria o umbigo, se nunca houvesse existido o corte do cordão umbilical?
O tempo passa, mas a arte jamais acaba e faz das fagulhas e do instante: incêndio e eternidade.
É capaz até de convencer o devaneio a trazer novamente o que nunca veio.
E se algo causar dor, reclame nem que seja pra extravasar; e me chame, se eu puder ajudar.
(24-01-2007)
Tudo bem, não vou sumir.
Estou aqui, disposto a atender as tuas solicitações, a navegar nas tuas embarcações.
Afinal, p’ra que servem os amigos? E de que adiantaria um anjo sem uma atitude angelical?
Estou nos pensamentos à vela, que correm de encontro as mais fortes correntezas.
Porém, se porventura, eu desaparecer, estarei naquela canção que fiz p’ra ti.
Afinal, por que existiria o umbigo, se nunca houvesse existido o corte do cordão umbilical?
O tempo passa, mas a arte jamais acaba e faz das fagulhas e do instante: incêndio e eternidade.
É capaz até de convencer o devaneio a trazer novamente o que nunca veio.
E se algo causar dor, reclame nem que seja pra extravasar; e me chame, se eu puder ajudar.
(24-01-2007)
COR LARANJA
(FÁBIO ALLEX)
Sempre antes de você chegar, já lhe sinto, já lhe vejo.
Ouço o seu som antes de tocar, com ele, seu beijo.
Uma nova cor está a pintar meu lar com seu gracejo.
Tudo em seu devido lugar, menos eu: fora do eixo.
Quero ser agora a manifestação e deixar de rodeio
Quero mais que uma contida declaração via e-mail
Quero ser sua plena satisfação, ser seu recreio.
Quero explodir adentro do furacão, na hora do tiroteio.
Não consegui desconectar, perdi o sono, sobrou só um bocejo.
A paz responde ao grito do olhar, mas é tão pouco p'ro que almejo.
Parece exagero, mas quero transbordar, senão fraquejo.
Tudo em seu devido lugar, menos eu: fora do eixo.
Quero sua mão na minha mão, deitar no seu seio.
Quero ser o fim da sua solidão, de qualquer receio.
Quero ser a mais longa peregrinação do seu passeio.
Quero agradecer com devoção por estar no meu meio.
(24-11-2006)
Sempre antes de você chegar, já lhe sinto, já lhe vejo.
Ouço o seu som antes de tocar, com ele, seu beijo.
Uma nova cor está a pintar meu lar com seu gracejo.
Tudo em seu devido lugar, menos eu: fora do eixo.
Quero ser agora a manifestação e deixar de rodeio
Quero mais que uma contida declaração via e-mail
Quero ser sua plena satisfação, ser seu recreio.
Quero explodir adentro do furacão, na hora do tiroteio.
Não consegui desconectar, perdi o sono, sobrou só um bocejo.
A paz responde ao grito do olhar, mas é tão pouco p'ro que almejo.
Parece exagero, mas quero transbordar, senão fraquejo.
Tudo em seu devido lugar, menos eu: fora do eixo.
Quero sua mão na minha mão, deitar no seu seio.
Quero ser o fim da sua solidão, de qualquer receio.
Quero ser a mais longa peregrinação do seu passeio.
Quero agradecer com devoção por estar no meu meio.
(24-11-2006)
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